Índice foi puxado principalmente pelo desempenho das vendas no varejo
A Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres (Anfacer) anuncia que o segmento de revestimentos cerâmicos prevê terminar 2022 com uma queda acumulada nas vendas de 18%, na comparação com o ano passado. O resultado veio após um ano de 2021 de crescimento generalizado no setor, com uma alta de 12,2% nesse movimento.
“O mundo dos sonhos seria repetir 2021, que foi espetacular, mas infelizmente não conseguimos”, afirma Benjamin Ferreira Neto, presidente do Conselho de Administração da entidade. Segundo ele, tomando 2019 como base, antes da pandemia do Novo Coronavírus, a queda é de 4% a 5% até novembro. Ainda há expectativa de piora, já que dezembro não costuma ser um bom mês de vendas.
A queda foi puxada pelo desempenho das vendas no varejo, principal canal de escoamento dos produtos das associadas Anfacer. Para Ferreira Neto, isso é explicado pela inflação deste ano, a elevação dos juros e o consequente endividamento das famílias. Também pesaram a volta do setor de serviços, que dividiu as atenções e os gastos da população, por causa da redução dos efeitos da pandemia.
Já a venda direta para construtoras sofreu menos do que o varejo, porque os revestimentos cerâmicos entram na fase de acabamento das obras. Assim, a esperança da entidade é que o novo governo melhore os programas habitacionais, o que garantiria um estoque de construções elevado para os anos seguintes. “Eles ficaram bastante parados, e mobilizam o setor de forma geral”, afirma Neto.
Exportações
Segundo a Anfacer, 15% da produção de suas associadas é exportada atualmente, e há uma meta de chegar a 25% até 2030. Neste ano, o volume exportado caiu 8% sobre 2021, após ter se elevado em 38% no ano anterior. A guerra na Ucrânia e a desorganização nas cadeias internacionais atrapalharam o desempenho das exportações em 2022, de acordo com Neto.
A entidade espera anunciar no próximo ano o início da utilização de biometano nas fábricas de revestimentos cerâmicos, em substituição ao gás natural. Para o presidente da Anfacer, o ganho em sustentabilidade pode ajudar o setor a atingir a meta de aumento das exportações, por ser uma característica mais valorizada no exterior do que no Brasil.
Com portal Valor Econômico
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