quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

ANFACER DIZ QUE INDÚSTRIAS CERÂMICAS PODERÃO SER AFETADAS COM POSSÍVEL MAJORAÇÃO NO VALOR DO GÁS NATURAL

Para presidente do conselho da entidade, a ação inviabilizará a produção 

A Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres (Anfacer) anunciou que se for confirmada a majoração de 50% no valor do gás natural será inviabilizada a produção das fábricas, com eventuais fechamentos de plantas e a perda de numerosos postos de trabalho.

“A proposta apresentada pela Petrobras às distribuidoras, que poderá resultar, a partir de janeiro de 2022 e pelos próximos quatro anos, em aumento de 50% no valor do gás natural, poderá ter sérias consequências para nossa atividade”, alerta Benjamin Ferreira Neto, presidente do Conselho de Administração da entidade.

O dirigente salienta que o segmento de revestimentos cerâmicos fez elevados investimentos para converter o gás natural na sua principal fonte energética. “Foi uma opção movida pela responsabilidade ambiental e constante busca pela sustentabilidade", diz. 

"Não podemos agora ser apenados por termos adotado uma prática ecológica correta”, ressalta, ainda, Benjamin, revelando que a Anfacer enviou ofício ao presidente Jair Bolsonaro, apontando o problema da iminente majoração e solicitando soluções.

O Brasil é um dos protagonistas no mercado mundial de revestimentos cerâmicos e louças sanitárias, ocupando a terceira posição em produção e a segunda em consumo, além de ser o sétimo no ranking das exportações, com vendas para mais de 110 países. O segmento é, também, um grande gerador de empregos e renda e representa 6% do PIB da indústria de materiais de construção.

“Respondemos por cerca de 14% de todo o gás natural de uso industrial no país. Prevemos sérias consequências para nosso setor caso se confirme a majoração, claramente sinalizada na proposta da Petrobras às distribuidoras. Um encarecimento de 50% de um insumo que representa 30% do custo total de fabricação do metro quadrado de cerâmica afeta de modo muito contundente a competitividade do setor no Brasil e no comércio exterior”, conclui o representante da Anfacer.

Por fim, ele lembra que, em abril deste ano, a indústria cerâmica comemorou a sanção presidencial da nova Lei do Gás, que prometia promover a abertura do mercado, representando um choque de energia barata e contribuindo para a recuperação da economia. Também ressaltou que o novo marco legal resultou de um processo de muitos anos, no qual a entidade foi uma das que mais se mobilizaram.

Visão do mercado

"O retrato sobre os possíveis aumentos do preço do gás é catastrófico para todos os setores consumidores intensivos e gerará o repasse de custos aos consumidores. Até agora, não foi possível ver o choque da energia barata e sim majoração significativa”, observa Eduardo Roncoroni Fior, diretor-geral da Cerâmica Carmelo Fior, localizada em Cordeirópolis, no interior de São Paulo.

Otmar Müller, presidente do Sindicato das Indústrias de Revestimentos Cerâmicos do Sul de Santa Catarina (Sindiceram), lembra que já houve aumento de 82% nas tarifas do gás natural em 2021, ano no qual deveria ter sido inaugurado o novo mercado, com abertura a mais fornecedores e redução de custos. “Porém, estamos agora em um ambiente de total assombro e incerteza perante as notícias de novos reajustes muito expressivos já em janeiro de 2022”.

www.anfacer.org.br

Com portal Emóbile

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