Empresa que chegou a ter 26 lojas no país, soma hoje 14 pontos de vendas
A BR Home Centers, detentora das marcas Casa Show e TendTudo, recebeu na última quarta-feira, 18, o aceite de pedido de recuperação judicial pela 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. Controlada pela gestora brasileira Leblon Equities e pela família Aguinaga, a empresa, que chegou a ter 26 lojas no país, soma hoje 14 pontos de vendas e tem faturado 60% da sua receita anual, apurou o jornal Valor.
As dívidas totais atingem R$ 253,6 milhões, sendo 90% com fornecedores. O prejuízo do primeiro semestre atingiu entre R$ 25 milhões e R$ 30 milhões, segundo duas fontes. Há nove unidades da Casa Show e cinco da TendTudo na Bahia, no Rio de Janeiro e interior de São Paulo.
No pedido encaminhado à Justiça no dia 13, a companhia menciona fatores macroeconômicos como responsáveis pela crise que enfrenta, mas fontes dizem que determinadas ações tomadas pela empresa também não tiverbam o impacto esperado. Porém, há fatos recentes que explicam melhor o contexto em torno da decisão da rede.
Em 2017, quando a receita líquida subiu 5%, atingindo R$ 720 milhões, a empresa conseguiu gerar maior fluxo de caixa e estendeu prazos de pagamentos a fornecedores, liberando mais recursos para reduzir alavancagem junto aos bancos. No ano seguinte, houve piora nas vendas - a receita caiu 12% - o foco passou a ser a operação num conjunto de produtos responsáveis por 85% do faturamento.
Vendas e margens, porém, não reagiram, passou a haver atrasos em pagamentos a fabricantes e a ruptura nas lojas (falta de mercadorias) chegou a 40% no ano passado, apurou o Valor. O prejuízo de 2018 alcançou R$ 33 milhões, ante o lucro de R$ 71 mil em 2017.
Em março, já mais pressionada por bancos e fornecedores, a empresa contratou Enéas Pestana, da Enéas Pestana & Associados e ex-CEO do GPA, para a presidência. Um novo projeto começou a ser costurado, com um plano focado numa espécie de modelo de consignação. Testes foram feitos, com apoio da indústria, mas Pestana deixou o grupo no fim de agosto, após discordâncias sobre a condução do negócio.
Há outro fator mencionado pela empresa, em seu pedido na Justiça, que teria acelerado a crise na rede. A companhia menciona que o Banco Safra decidiu bloquear os recebíveis “em valor equivalente a 100% do saldo do seu crédito”. Isso gerou um bloqueio de R$ 4 milhões (R$ 1,6 milhão eram recebíveis futuros).
Neste ano, a companhia buscou recursos com investidores, parte deles sócios da empresa por meio do fundo gerido pela Leblon, mas não houve demanda. A empresária Lily Safra seria uma das investidoras atuais. A empresa não confirma. Também buscou-se novos investidores, mas a estratégia também não avançou.
www.brhc.com.br
Com Valor Econômico
A BR Home Centers, detentora das marcas Casa Show e TendTudo, recebeu na última quarta-feira, 18, o aceite de pedido de recuperação judicial pela 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. Controlada pela gestora brasileira Leblon Equities e pela família Aguinaga, a empresa, que chegou a ter 26 lojas no país, soma hoje 14 pontos de vendas e tem faturado 60% da sua receita anual, apurou o jornal Valor.
As dívidas totais atingem R$ 253,6 milhões, sendo 90% com fornecedores. O prejuízo do primeiro semestre atingiu entre R$ 25 milhões e R$ 30 milhões, segundo duas fontes. Há nove unidades da Casa Show e cinco da TendTudo na Bahia, no Rio de Janeiro e interior de São Paulo.
No pedido encaminhado à Justiça no dia 13, a companhia menciona fatores macroeconômicos como responsáveis pela crise que enfrenta, mas fontes dizem que determinadas ações tomadas pela empresa também não tiverbam o impacto esperado. Porém, há fatos recentes que explicam melhor o contexto em torno da decisão da rede.
Em 2017, quando a receita líquida subiu 5%, atingindo R$ 720 milhões, a empresa conseguiu gerar maior fluxo de caixa e estendeu prazos de pagamentos a fornecedores, liberando mais recursos para reduzir alavancagem junto aos bancos. No ano seguinte, houve piora nas vendas - a receita caiu 12% - o foco passou a ser a operação num conjunto de produtos responsáveis por 85% do faturamento.
Vendas e margens, porém, não reagiram, passou a haver atrasos em pagamentos a fabricantes e a ruptura nas lojas (falta de mercadorias) chegou a 40% no ano passado, apurou o Valor. O prejuízo de 2018 alcançou R$ 33 milhões, ante o lucro de R$ 71 mil em 2017.
Em março, já mais pressionada por bancos e fornecedores, a empresa contratou Enéas Pestana, da Enéas Pestana & Associados e ex-CEO do GPA, para a presidência. Um novo projeto começou a ser costurado, com um plano focado numa espécie de modelo de consignação. Testes foram feitos, com apoio da indústria, mas Pestana deixou o grupo no fim de agosto, após discordâncias sobre a condução do negócio.
Há outro fator mencionado pela empresa, em seu pedido na Justiça, que teria acelerado a crise na rede. A companhia menciona que o Banco Safra decidiu bloquear os recebíveis “em valor equivalente a 100% do saldo do seu crédito”. Isso gerou um bloqueio de R$ 4 milhões (R$ 1,6 milhão eram recebíveis futuros).
Neste ano, a companhia buscou recursos com investidores, parte deles sócios da empresa por meio do fundo gerido pela Leblon, mas não houve demanda. A empresária Lily Safra seria uma das investidoras atuais. A empresa não confirma. Também buscou-se novos investidores, mas a estratégia também não avançou.
www.brhc.com.br
Com Valor Econômico
Nenhum comentário:
Postar um comentário